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França e Alemanha divididos sobre como retaliar as ameaças aduaneiras de Trump

 Apesar de os países da UE terem dado uma demonstração externa de unidade em relação às ameaças de Trump, estão a surgir linhas divisórias: alguns defendem uma ação retaliatória rápida, outros preferem um diálogo contínuo com os EUA.

O rápido anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de novas sanções comerciais aos seus parceiros comerciais parece ter prejudicado a União Europeia, uma vez que os países estão divididos entre adotar uma resposta mais agressiva e rápida ou uma resposta mais ponderada como retaliação, com França e Alemanha em lados opostos, de acordo com várias fontes com quem a Euronews falou.

Na sexta-feira, a Comissão Europeia prometeu reagir "firme e imediatamente" ao anúncio de Trump de tarifas recíprocas para os seus parceiros comerciais.

A liderar os que emergiram de uma videoconferência de emergência dos ministros do Comércio da UE realizada na noite de quarta-feira, favoráveis ​​a uma resposta rápida da Comissão, está a França; em contraste, a Alemanha, a Itália e a Hungria estão claramente no campo mais moderado, disseram as fontes.

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou na segunda-feira que tenciona impor direitos aduaneiros de 25% sobre as importações de alumínio e aço, incluindo da Europa, invocando a "segurança nacional".

A ordem executiva, que entrará em vigor a 12 de março, foi seguida, na quinta-feira, pelo anúncio de tarifas recíprocas sobre os parceiros comerciais dos EUA, com base numa análise "país a país", um processo que deverá demorar algumas semanas.

"Todas as medidas anunciadas pelos Estados Unidos exigem uma reação imediata quando chegam", explicou um responsável à Euronews sobre a reação mais agressiva e de ataque, durante o telefonema de quarta-feira. A negociação deve ser secundária, disse este responsável, para evitar que sejam feitas demasiadas concessões à administração norte-americana.

Para os que optam pela reação branda e leve, "faz mais sentido esperar pelas próximas medidas e manter o contacto com os americanos", disse à Euronews um diplomata da UE, que defende esta abordagem.

Estes países são a favor de que apenas sejam consideradas medidas de retaliação muito concretas, em vez de refletirem a abordagem dos EUA, que consiste em fazer anúncios antecipados - como o pedido de reciprocidade tarifária feito ontem pelos EUA - que requerem tempo e cálculo para serem concretizados.

"A resposta tem de ser rápida, mas não precipitada", admitiu um funcionário de um país de tendência mais agressiva.

A Hungria, cujo primeiro-ministro Viktor Orban é um aliado de Trump, está a adotar uma abordagem "cuidadosa", disse outro diplomata da UE, preferindo que não sejam tomadas medidas de retaliação antes de 12 de março, altura em que as tarifas sobre o aço e o alumínio entrarão em vigor. Por seu lado, a Itália quer manter o diálogo com os EUA antes de recorrer a direitos de retaliação, disse o mesmo diplomata.

"Os Estados-membros estão unidos e determinados a proteger o setor europeu do aço e do alumínio", afirmou o ministro polaco do Comércio, Krzysztof Paszyk, na quarta-feira à noite, depois de presidir à reunião ad-hoc dos ministros do Comércio em nome da presidência polaca do Conselho da UE.

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