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“Cuidar da nossa Saúde Mental é um ato de Força, não de Fraqueza”

“O nosso compromisso é ajudar cada pessoa a alcançar mudanças sustentáveis, promovendo o equilíbrio e o bem-estar, para que possa viver com mais leveza, harmonia e propósito”. A Business Voice esteve à conversa com Júlia Rocha, Coach de Saúde Integrativa e a Mentora da JÚLIA ROCHA INTEGRATIVE HEALTH. Ao longo desta entrevista ficamos a conhecer a visão da nossa interlocutora sobre a problemática da saúde mental em Portugal, onde assegurou que “pedir ajuda é um passo corajoso que nos permite transformar a nossa vida e fortalecer-nos para os desafios”.

Antes de mais, e no sentido de contextualizar o nosso leitor, fale-nos um pouco de si e do seu trajeto enquanto Coach de Saúde Integrativa, revelando quais foram as motivações que a levaram a seguir este caminho.
O meu percurso iniciou-se no mundo corporativo, na gestão de recursos humanos, onde tive o privilégio de acompanhar histórias, desafios e conquistas de pessoas. Atualmente, continuo no mundo empresarial, mas como Gestora de Saúde e Bem-Estar para o mercado ibérico. Sempre fui movida pela curiosidade sobre o ser humano e pelo desejo genuíno de contribuir para o seu crescimento e equilíbrio. A área da saúde sempre foi a minha paixão, e este projeto de saúde integrativa é, na verdade, o resgatar de um sonho antigo.
As minhas próprias experiências, aliadas ao contacto com histórias de resiliência, mostraram-me que a saúde é um equilíbrio dinâmico, que requer consciência, presença e, muitas vezes, apoio externo. Foi nessa busca constante por mais profundidade que encontrei a verdadeira essência do meu propósito.
Foi esse desejo de fazer mais e melhor que me levou a aprofundar conhecimentos em áreas complementares como coaching de saúde integrativa, neurociências, nutrição, psicologia positiva, naturopatia, adições e musicoterapia. Hoje, o meu trabalho é uma missão: ajudar cada pessoa a (re)encontrar o seu equilíbrio e viver uma vida mais leve, saudável e com propósito. Acredito que todos temos dentro de nós os recursos para viver com mais equilíbrio, e o meu papel é ajudar a encontrar esse caminho.

Quando é que foi edificada a JÚLIA ROCHA INTEGRATIVE HEALTH, e quais são as principais valias que apresentam a quem vos procura no âmbito da saúde e do bem-estar?
JÚLIA ROCHA INTEGRATIVE HEALTH surgiu em 2024 com o propósito de criar um espaço seguro e acolhedor, onde cada pessoa possa ser vista de forma única e integral, respeitando a sua história, necessidades e ritmo. O nosso foco é oferecer uma abordagem humanizada e integrativa da saúde, considerando todas as dimensões do ser humano: física, emocional, mental e espiritual.
Oferecemos um acompanhamento contínuo que abrange desde a promoção da saúde e prevenção da doença até o apoio na gestão de condições crónicas, recuperação e melhoria da qualidade de vida. Desenvolvemos programas personalizados que combinam coaching de saúde, medicina natural, terapias complementares e medicina convencional, proporcionando um cuidado completo e equilibrado.
O nosso compromisso é ajudar cada pessoa a alcançar mudanças sustentáveis, promovendo o equilíbrio e o bem-estar, para que possa viver com mais leveza, harmonia e propósito.

Que género de serviços/cuidados apresentam e como é que os mesmos têm tido sucesso junto daqueles que necessitam de um apoio em prol da melhoria do seu bem-estar?
Oferecemos serviços personalizados e integrados, incluindo sessões individuais de coaching de saúde, programas como o Círculo V.I.D.A. 40+ e V.I.D.A. 65+, workshops temáticos, programas corporativos e pro-bono para IPSS e organizações de solidariedade social. A nossa abordagem é complementada por uma equipa multidisciplinar de profissionais que acreditam no apoio integrado e humanizado, incluindo nutricionistas, naturopatas, psicólogos, médicos, terapeutas holísticos e outros especialistas. Medimos o sucesso pela criação de um ambiente de apoio e confiança, ajudando os clientes a integrar mudanças sustentáveis e progressivas no seu estilo de vida, promovendo transformações duradouras na sua saúde e bem-estar.
Na sua opinião, como tem evoluído a perceção da saúde mental em Portugal nos últimos anos, e de que forma a sociedade encara atualmente os desafios emocionais e psicológicos?
Nos últimos anos, a saúde mental tem sido cada vez mais discutida em Portugal, deixando de ser um tabu e ganhando relevância nos meios de comunicação, escolas e empresas. A pandemia acelerou essa mudança, forçando-nos a repensar prioridades e reconhecer que a saúde mental é essencial para o bem-estar, tal como a saúde física. No entanto, é importante distinguir saúde mental, que envolve equilíbrio emocional e psicológico, de doença mental, que requer diagnóstico e tratamento especializado. Apesar dos estigmas persistirem, especialmente entre as gerações mais velhas, as novas gerações estão mais conscientes da necessidade de cuidar da sua saúde como um todo. Embora haja ainda desafios no acesso a cuidados adequados, a mudança de mentalidade está em curso, e o progresso é visível.

Quais são os principais fatores da vida moderna que contribuem para o aumento dos problemas de saúde mental, e como podem ser mitigados através de políticas públicas e sensibilização?
O ritmo acelerado da vida moderna, a hiperconectividade constante e a solidão mascarada de presença digital contribuem fortemente para o desgaste mental. A pressão para sermos sempre produtivos, aliada à falta de tempo para o autocuidado e à dificuldade em estabelecer limites, resulta num aumento preocupante de problemas como ansiedade, depressão e exaustão. Vivemos numa sociedade que valoriza o desempenho, mas desvaloriza o descanso e o equilíbrio emocional.
É fundamental que as políticas públicas priorizem a promoção da saúde mental preventiva desde a infância. Para isso, é necessário implementar programas educativos que desenvolvam competências emocionais e ensinem práticas de gestão do stress e autocuidado, tanto nas escolas como nas empresas e na comunidade. Além disso, o acesso aos serviços de saúde mental deve ser ampliado através de uma abordagem integrativa, reforçando as equipas com coaches de saúde, terapeutas e outros profissionais de saúde ou que trabalhem na área da saúde, eliminando estigmas e barreiras financeiras, para que todos possam ter apoio diferenciado, acessível e adequado.
No entanto, a verdadeira mudança exige uma transformação cultural. Precisamos de aprender a valorizar a pausa, o silêncio, a introspeção e a conexão humana genuína. Cultivar redes de apoio e promover relações autênticas deve ser parte integrante das nossas comunidades, escolas e locais de trabalho. A saúde mental é um compromisso coletivo, que começa por respeitarmos o equilíbrio e o bem-estar de cada pessoa.

De que maneira a pressão e a exigência do mercado de trabalho afetam a saúde mental dos trabalhadores portugueses? Sente que começa a existir uma mudança de mentalidade por parte dos líderes das empresas relativamente a estas questões?
A pressão laboral tem um impacto significativo na saúde mental dos trabalhadores portugueses, resultando em elevados níveis de ansiedade, exaustão e desmotivação devido, por exemplo, a prazos apertados, insegurança no emprego e dificuldade em desconectar do trabalho. A procura constante por resultados, muitas vezes à custa da saúde emocional e física, está a agravar problemas de saúde. No entanto, começa a vislumbrar-se uma mudança, com exemplos de empresas a adotar programas de saúde holística que integram bem-estar físico e mental no local de trabalho. Cada vez mais, os líderes empresariais reconhecem que colaboradores equilibrados e saudáveis são mais produtivos e comprometidos. Apesar de existirem ainda desafios e resistência, a consciencialização crescente está a criar condições para transformações positivas, com uma tendência para um futuro em que mais empresas priorizem o equilíbrio e o cuidado com os seus colaboradores.

O burnout tem sido cada vez mais reconhecido como um problema sério no mundo profissional; quais são os sinais precoces que os trabalhadores e empregadores devem identificar para evitar consequências graves?
O burnout pode ser evitado quando os sinais precoces são reconhecidos e respeitados. Cansaço constante, irritabilidade, distanciamento emocional, perda de motivação e baixa concentração são alertas importantes. Ignorar esses sinais permite que o burnout se instale silenciosamente, comprometendo a saúde física e mental e impactando o desempenho profissional.
É igualmente importante não confundir emoções naturais, como tristeza e cansaço, com doenças. Patologizar os sentimentos humanos pode levar à medicalização desnecessária e afastar-nos de medidas preventivas eficazes. O essencial é compreender o contexto, ouvir o corpo e a mente, e evitar diagnósticos precipitados.
A prevenção do burnout exige ambientes de trabalho saudáveis, que respeitem o equilíbrio entre vida pessoal e profissional e acompanhem a evolução do desenho do trabalho. Pausas, autocuidado e diálogo aberto devem ser incentivados. Além disso, cada pessoa deve sentir-se segura para reconhecer os seus limites e pedir ajuda, promovendo uma cultura de empoderamento e responsabilidade partilhada.

De que forma a falta de acesso a apoio psicológico e psiquiátrico no Sistema Nacional de Saúde em Portugal pode agravar problemas de saúde mental, e quais seriam possíveis soluções para melhorar essa realidade?
A falta de acesso a apoio psicológico e psiquiátrico no Sistema Nacional de Saúde agrava os problemas de saúde mental, com tempos de espera muito longos que intensificam os sintomas e o sofrimento dos indivíduos, podendo levar a consequências graves. A ausência de uma resposta rápida também alimenta o estigma e dificulta a procura de ajuda. Para melhorar esta situação, é necessário reforçar ainda mais os serviços públicos, contratar mais profissionais e criar linhas de apoio imediato, como a telemedicina, além de colaborar com entidades privadas e sociais para respostas mais rápidas e eficazes.
A responsabilidade pela saúde mental deve ser partilhada entre todos os agentes sociais, incluindo o setor privado, as empresas e os cidadãos. As empresas têm um papel crucial ao implementar políticas de bem-estar que incluam apoio psicológico e promover ambientes de trabalho saudáveis. Além disso, é fundamental aumentar a educação para a saúde mental, incentivando a procura de apoio antes que os problemas se agravem. A mudança de mentalidade é essencial, encarando a saúde mental não apenas como tratamento, mas como prevenção, educação e a criação de uma rede de apoio inclusiva que envolva toda a sociedade: cidadãos, empresas, organizações e governo.

Por que é essencial que tanto trabalhadores como empregadores reconheçam e valorizem a saúde mental como um fator determinante para a produtividade, o bem-estar e a sustentabilidade das empresas e da sociedade como um todo?
As empresas são feitas de pessoas, e pessoas sobrecarregadas ou desmotivadas não conseguem criar, inovar ou evoluir. A saúde mental é fundamental para um ambiente laboral saudável, permitindo que os indivíduos se desenvolvam plenamente e contribuam para o crescimento da organização. Quando a saúde mental é valorizada, reduz-se o absentismo e o presenteísmo, fatores que afetam diretamente a produtividade.
Investir na saúde mental não é apenas uma questão de ética, mas uma estratégia inteligente para garantir a longevidade das organizações. Uma equipa valorizada e cuidada é mais resiliente e motivada, resultando em um ambiente de trabalho harmonioso e eficiente. Esse compromisso traz benefícios tangíveis para as empresas e uma sociedade mais saudável e produtiva, gerando retornos consideráveis a longo prazo para todos os envolvidos.

A terminar, qual a mensagem que lhe aprazaria deixar sobre este flagelo da saúde mental e que afeta tantas pessoas? O que podemos continuar a esperar para o futuro por parte da JÚLIA ROCHA INTEGRATIVE HEALTH?
Cuidar da nossa saúde mental é um ato de força, não de fraqueza. Pedir ajuda é um passo corajoso que nos permite transformar a nossa vida e fortalecer-nos para os desafios. Para cuidar do outro, é essencial primeiro cuidar de nós mesmos, não apenas mantendo a saúde, mas construindo uma vida equilibrada e resiliente.
A saúde mental é a base de tudo o que somos. Ao tomarmos as rédeas da nossa saúde, investimos na nossa força interior e no nosso bem-estar, dando o primeiro passo para um futuro mais saudável e pleno. Cada um de nós é responsável por criar o espaço necessário para crescer, evoluir e prosperar, mesmo nas adversidades.
Na JÚLIA ROCHA INTEGRATIVE HEALTH, acreditamos que a verdadeira saúde começa com a prevenção. Cuidar de nós mesmos, adotando hábitos saudáveis e gerindo a saúde mental e emocional, prepara-nos para enfrentar a doença de forma mais eficaz, se ela surgir. A gestão proactiva da saúde é essencial para a construção de resiliência e equilíbrio, permitindo-nos enfrentar os desafios com confiança. A prevenção é a chave para um futuro mais saudável.
Continuaremos a ser um espaço de acolhimento, transformação e empoderamento. Reforçaremos os nossos programas de grupo, expandiremos as formações para empresas e investiremos na literacia em saúde mental, emocional, física e espiritual. A nossa missão é clara: ajudar cada pessoa a regressar a casa, regressar a si mesma, com equilíbrio, consciência e propósito. Estamos comprometidos em promover um futuro mais saudável, onde a prevenção e o cuidado com a saúde sejam prioridades para todos.




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