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“Acredito que o futuro passa por continuar a empoderar as Mulheres no setor da saúde”


“O papel da mulher na área da saúde em Portugal tem vindo a evoluir de forma notável — mas a representatividade ainda não significa reconhecimento.”
Com esta reflexão, Ana Andrade, Enfermeira e profissional com uma visão inspiradora sobre o setor, convida-nos a pensar sobre os desafios e conquistas de Líderes femininas na saúde.
Num universo onde as mulheres representam a maioria dos profissionais, persistem barreiras subtis que limitam o acesso a posições de destaque e decisão. Em entrevista, concedida à Business Voice, traz à luz um tema essencial: como promover uma liderança mais equitativa, valorizando o talento, a competência e a sensibilidade que tantas mulheres trazem para a profissão.
Com uma perspetiva franca e motivadora, Ana Andrade fala sobre o caminho já percorrido, os obstáculos que persistem e a importância de continuar a dar voz às mulheres que cuidam, lideram e inspiram dentro do sistema de saúde português.

O seu trajeto profissional passou por uma grande mudança até chegar à Enfermagem. Que fatores a levaram a repensar a sua vida e a investir numa nova formação, e de que forma essa decisão transformou a sua identidade pessoal e profissional?
A minha trajetória profissional sofreu uma verdadeira transformação. Em 2010 concluí a minha primeira formação em Anatomia Patológica, Citológica e Tanatológica. Nessa altura, Portugal atravessava uma profunda crise económica, que se vinha agravando desde 2008. O contexto era extremamente desafiante: as oportunidades de emprego eram escassas e, na maioria dos casos, exigiam um mínimo de dois anos de experiência, o que tornava a integração de recém-licenciados particularmente difícil. Apesar das adversidades, recusei ficar de braços cruzados à espera que o “emprego de sonho” surgisse e decidi procurar alternativas noutros setores.
Assim, passei por diversas áreas empresariais, nomeadamente na indústria têxtil, no comércio e no setor da saúde. Foi precisamente neste último que comecei a perceber que a arte de cuidar sempre esteve presente em mim, ainda que, inicialmente, não tivesse sido a minha primeira escolha.
Em 2020, com o início da pandemia de COVID-19, assistimos ao extraordinário papel dos profissionais de saúde, especialmente dos enfermeiros, verdadeiros heróis que se destacaram pela coragem, dedicação e humanismo. O exemplo dessa classe reacendeu em mim a vontade de seguir esse caminho. Identifiquei-me profundamente com os valores que os enfermeiros defendem — a empatia, o serviço ao próximo, a resiliência e o sentido de missão — e percebi que tinha chegado o momento de mudar de vida profissionalmente. Além disso, sentia que o trabalho que exercia já não me realizava e que não queria passar mais 40 anos numa área onde o crescimento pessoal e profissional estagnara.
Assim, tomei a decisão de voltar a estudar aos 34 anos — uma escolha desafiante, sobretudo tendo em conta a minha situação pessoal: uma família, responsabilidades financeiras e uma vida profissional estável. Foi uma verdadeira “volta de 180 graus”. Inicialmente, consegui conciliar o trabalho com os estudos, o que se revelou uma experiência exigente, mas profundamente gratificante.
A nível pessoal, esta jornada transformou-me de várias formas. Aprendi a adaptar-me a diferentes realidades e contextos, desenvolvendo uma maior capacidade de tolerância e compreensão. Tornei-me uma pessoa mais empática, capaz de me colocar no lugar do outro e de compreender as suas circunstâncias. Ganhei também um novo olhar sobre a importância de respeitar as diferenças, aceitando que cada um tem o seu espaço e as suas crenças.
No plano profissional, esta mudança trouxe-me uma nova energia e propósito. Hoje sinto-me mais realizada, comprometida e consciente da responsabilidade que esta profissão exige. A maturidade e o sentido de dever adquiridos ao longo do meu percurso anterior têm sido fundamentais para exercer a Enfermagem com ética, responsabilidade e dedicação.
Ainda tenho um longo caminho a percorrer, mas cada passo dado confirma que a decisão de mudar foi a mais acertada — uma aposta na realização pessoal, no crescimento humano e no contributo positivo para a sociedade.

Mudar de rumo nunca é fácil. Que obstáculos encontrou nesse processo e como é que a resiliência foi determinante para se manter firme na sua escolha?
Mudar de rumo nunca é um processo simples. Exige entrega, esforço e, sobretudo, uma grande dose de resiliência. Os desafios que encontrei foram diversos, tanto no plano profissional como pessoal.
Conciliar o papel de trabalhadora-estudante revelou-se particularmente exigente. Tinha de equilibrar as responsabilidades profissionais com as obrigações académicas, gerir as tarefas familiares e cumprir compromissos financeiros — tudo isto sem descurar a vida pessoal e social. Foi um verdadeiro exercício de gestão de tempo, energia e prioridades.
Um dos maiores obstáculos foi perceber que não conseguimos estar em todas as frentes ao mesmo tempo. No início, sentia a necessidade de manter tudo sob controlo: ser exemplar no trabalho, alcançar boas notas na faculdade e preservar uma vida familiar e social equilibrada. Queria corresponder a todos os papéis com excelência — a profissional dedicada, a estudante aplicada, a companheira presente, a amiga disponível.
Com o tempo, percebi que essa exigência era insustentável e que, inevitavelmente, teria de abrir mão de algumas coisas. A lição mais difícil foi aceitar que não precisamos de ser super-heróis. Somos humanos, e a nossa imperfeição faz parte do processo de crescimento. Foi nesse momento que compreendi que a verdadeira força está em reconhecer os nossos limites e continuar, ainda assim, a caminhar com determinação.
A resiliência foi, sem dúvida, o alicerce que me permitiu manter-me firme na minha escolha. Aprendi a redefinir prioridades, a aceitar o imperfeito e a valorizar o progresso em vez da perfeição. Cada obstáculo superado reforçou a convicção de que esta mudança era, acima de tudo, um investimento em mim mesma e na construção de um futuro mais alinhado com aquilo que realmente sou.

Na sua perspetiva, como tem evoluído o papel da mulher na área da saúde em Portugal e que desafios ainda persistem, sobretudo no reconhecimento e valorização do trabalho feminino?
O papel da mulher na área da saúde em Portugal tem vindo a evoluir de forma significativa nos últimos anos. Atualmente, é impossível falar do setor da saúde – e, em particular, da Enfermagem, onde a maioria dos profissionais é do sexo feminino – sem reconhecer o contributo determinante das mulheres, que representam uma parte essencial na garantia do funcionamento e da humanização dos cuidados prestados.
No entanto, esta presença maioritária nem sempre se traduz num reconhecimento proporcional. As mulheres continuam, em muitos casos, a enfrentar desafios estruturais, como a desigualdade no acesso a cargos de liderança. Apesar de se tratar de um setor em que as mulheres são largamente predominantes, verifica-se ainda que os cargos de chefia e direção permanecem, em grande medida, ocupados por homens. Acresce a esta realidade a dificuldade em conciliar a vida profissional com as responsabilidades familiares, um desafio que se torna particularmente exigente numa profissão tão intensa e emocionalmente desgastante como a Enfermagem.
Apesar disso, o percurso da mulher na saúde tem sido marcado por resiliência, competência e sentido de missão. As profissionais de saúde portuguesas têm conquistado o seu espaço através do trabalho, do rigor e da dedicação, demonstrando diariamente a sua capacidade de liderança, inovação e empatia – qualidades que contribuem decisivamente para uma prestação de cuidados mais humanizada e eficaz.
Importa, contudo, compreender que o papel da mulher -, em particular, das enfermeiras – é fundamental nas equipas multidisciplinares, que trabalham de forma integrada para garantir que o cuidar é realizado com a melhor qualidade possível. Por essa razão, é urgente promover mudanças concretas, nomeadamente na valorização das carreiras, na igualdade de oportunidades e no reforço das condições de trabalho. Observa-se, infelizmente, uma tendência recente para a redução de algumas condições laborais anteriormente conquistadas, o que evidencia a necessidade de continuar esta luta por reconhecimento e valorização.
Acredito que o futuro passa por continuar a empoderar as mulheres no setor da saúde, não apenas como profissionais, mas também como líderes e agentes de transformação. O talento, a determinação e a sensibilidade feminina são essenciais para construir equipas mais equilibradas, serviços mais humanos e um sistema de saúde mais justo e sustentável.

O que significa, para si, ser enfermeira para além da dimensão técnica? Acredita que a sensibilidade feminina pode trazer uma abordagem diferenciadora no cuidado ao doente?
Ser enfermeira vai muito além da dimensão técnica. Envolve, acima de tudo, entrega humana, compromisso ético e presença emocional junto de quem mais precisa. A técnica é essencial, mas representa apenas uma parte do todo. Atualmente, a Enfermagem deve ser encarada de forma holística, como um todo que integra conhecimento, empatia, escuta ativa, compreensão e sensibilidade.
É fundamental compreender que estamos presentes nos momentos mais vulneráveis da vida de outra pessoa – seja na dor, no medo, na incerteza ou durante uma fase de transição que precisa de ser vivida de forma informada e consciente.
Ser enfermeira é, portanto, cuidar do ser humano na sua totalidade. Não se trata apenas de tratar uma doença, mas de olhar para a pessoa como um ser completo – corpo, mente e emoção — reconhecendo a sua história, os seus medos, as suas crenças e as suas necessidades. É um exercício constante de empatia e equilíbrio, em que o toque humano pode ser tão terapêutico quanto qualquer fármaco prescrito.
Acredito que a sensibilidade feminina traz, de facto, uma abordagem diferenciadora no cuidado ao doente. As mulheres possuem, de forma natural, uma grande capacidade de observação, intuição e empatia, o que lhes permite criar uma ligação mais profunda com o outro. Essa sensibilidade não é sinal de fragilidade, mas sim de força emocional e inteligência relacional, qualidades fundamentais numa profissão que lida diariamente com o sofrimento e a vulnerabilidade humanas.
Contudo, é importante reforçar que a Enfermagem é uma profissão de pessoas — independentemente do género — que partilham um mesmo propósito: cuidar com humanidade, competência e respeito. A sensibilidade, quando aliada ao conhecimento técnico e científico, é o que realmente distingue um bom profissional de saúde.
Ser enfermeira, para mim, é poder fazer a diferença na vida de alguém todos os dias, mesmo através dos gestos mais simples. É um privilégio e uma responsabilidade que abraço com enorme orgulho e humildade.

Apesar de a Enfermagem ser uma profissão tradicionalmente associada a mulheres, sente que ainda existem preconceitos ou estereótipos de género na forma como a sociedade olha para a sua profissão?
Apesar de a Enfermagem ser uma profissão tradicionalmente associada às mulheres – um legado que remonta a Florence Nightingale, pioneira que consolidou a Enfermagem moderna e valorizou o papel feminino na saúde – preconceitos e estereótipos de género ainda persistem. Muitas vezes, ser enfermeira é automaticamente associado a características como cuidado, delicadeza ou subordinação, papeis historicamente associados às mulheres, o que pode desvalorizar a dimensão técnica, científica e de liderança que a profissão exige.
Ainda existe a perceção histórica de que a Enfermagem é um trabalho “menos especializado” ou secundário em relação a outras áreas da saúde, ignorando a complexidade do conhecimento necessário, a responsabilidade envolvida e o impacto direto que a atuação do enfermeiro tem na vida dos doentes. Atualmente, ainda se observa uma visão em que a Enfermagem é subordinada à Medicina, o que está completamente equivocado, considerando-se que se trata de uma equipa multidisciplinar, em que cada profissional cumpre um papel essencial para garantir que os cuidados sejam prestados com a melhor qualidade possível. O trabalho dos médicos não seria plenamente eficaz sem a atuação competente e dedicada dos enfermeiros.
Contudo, a realidade tem vindo a mudar. Cada vez mais, as mulheres- e também os homens que escolhem a Enfermagem – demonstram que a profissão exige competência, autonomia, liderança e tomada de decisão constante. O reconhecimento pleno da Enfermagem como carreira científica e estratégica depende da continuidade na luta contra estereótipos e da valorização do papel essencial que estes profissionais desempenham na saúde da população – um caminho iniciado por Florence Nightingale e continuado por todos os profissionais que, diariamente, cuidam com competência e humanidade.

Ao longo do seu percurso, que episódios ou experiências mais a marcaram, quer pela exigência emocional, quer pelo impacto positivo que conseguiu gerar na vida dos outros?
Da minha carreira na área da Enfermagem, já vivi episódios que me marcaram profundamente, tanto pela exigência emocional como pelo impacto que consegui gerar na vida dos outros.
Algumas situações foram particularmente difíceis do ponto de vista emocional. Posso citar momentos em que o paciente tinha a minha idade e estava a realizar os últimos tratamentos disponíveis para combater a sua doença, levando-me a refletir sobre a nossa efemeridade. Momentos em que pedimos ao doente que se comprometa com a sua recuperação, com a possibilidade de mudar e ter ganhos em saúde, mas nem sempre é possível intervir, pois o momento certo ainda não chegou ou a pessoa não está preparada. Nessas circunstâncias, surge sempre aquela pergunta interna: “O que mais posso fazer para ajudar esta pessoa?”, uma sensação que muitas vezes nos deixa frustrados.
Ao mesmo tempo, existem episódios que me deixaram um impacto positivo duradouro. Recordo momentos em que a minha intervenção direta contribuiu para que um doente recuperasse a confiança, a autonomia ou a esperança. Estes momentos reforçam a convicção de que a Enfermagem vai muito além da dimensão técnica: trata-se de fazer a diferença na vida das pessoas.
Estar presente, oferecer conforto e apoio, mesmo quando as soluções médicas são limitadas, exige uma entrega total, mas proporciona um profundo sentido de missão. Nessas situações, compreender que um gesto de atenção, uma presença silenciosa ou uma palavra de encorajamento pode transformar a experiência de alguém em sofrimento.
A Enfermagem é, por natureza, uma profissão intensa, que exige grande dedicação emocional e, muitas vezes, confronta-nos com situações de elevada pressão e sofrimento. É também uma área em que o risco de burnout é significativo, devido à exigência constante e ao envolvimento profundo com os doentes. Alguém me disse uma vez que não podemos crescer e sentir-nos realizados apenas quando tudo corre bem, nem devemos sentir-nos derrotados quando algo corre mal. Por isso, aprendi a dosar e gerir o meu lado emocional, reconhecendo a importância de procurar apoio em outros profissionais quando necessário, como forma de cuidar de mim mesma e continuar a prestar cuidados de qualidade.
São, afinal, estas vivências que tornam a Enfermagem uma profissão única e transformadora, capaz de marcar a vida de quem cuida e de quem é cuidado.

A profissão de enfermeira é exigente e emocionalmente intensa. Como consegue encontrar um equilíbrio entre cuidar dos outros e cuidar de si mesma?
Como disse anteriormente, a Enfermagem é, sem dúvida, uma profissão exigente e emocionalmente intensa. Volto a abordar a questão do burnout: muitas vezes, não é apenas pelas condições de trabalho precárias que os profissionais chegam a esse ponto, mas também pela dificuldade de dosear o lado emocional, uma vez que cuidar dos outros exige uma entrega total.
Talvez pela minha maturidade, aprendi que é essencial cuidar de nós próprios primeiro, para garantir a qualidade e a segurança no cuidado ao outro. Encontrar este equilíbrio é, por vezes, um desafio constante, mas tornou-se uma prioridade ao longo do meu percurso.
Procuro gerir o meu lado emocional de forma consciente, estabelecendo limites saudáveis e reconhecendo que não podemos resolver tudo nem carregar o peso de todas as situações. Em momentos de maior pressão, recorro a estratégias como reflexão pessoal, reservando alguns minutos do meu dia para pensar sobre o que correu bem, o que foi desafiante e como me senti.
Valorizo também momentos de pausa e atividades que me permitem recarregar energias, mantendo o equilíbrio entre vida profissional, pessoal e familiar. Além disso, tenho o apoio de um psicólogo, que me ajuda a processar situações emocionalmente intensas. Reconhecer a necessidade de apoio não é sinal de fraqueza, mas sim de responsabilidade e autocuidado.
Com o tempo, percebi que cuidar de mim mesma me torna uma profissional mais resiliente, empática e capaz de prestar cuidados de qualidade, sem me perder emocionalmente nos desafios diários da profissão.

Que conselhos deixaria a outras mulheres que, como aconteceu consigo, sentem vontade de mudar de vida e seguir a sua verdadeira vocação, mas ainda têm receios ou dúvidas?
O meu conselho para mulheres que sentem vontade de mudar de vida e seguir a sua verdadeira vocação é, antes de mais, confiar em si mesmas. Trata-se de um processo exigente, que requer persistência, resiliência e força de vontade. Ao longo do caminho, surgirão vários obstáculos, e muitas vezes, como aconteceu comigo, outras pessoas podem não compreender esta vontade de querer mais para nós próprias. Nesses momentos de maior dificuldade, é natural questionar se escolhemos o caminho certo.
É igualmente importante planear a transição de forma estruturada, identificando os recursos necessários e construindo uma rede de apoio que permita enfrentar os desafios e seguir em frente até alcançar os objetivos desta jornada.
Outra recomendação fundamental é não ter medo de pedir ajuda. Reconhecer que não precisamos enfrentar tudo sozinhas é um ato de força, responsabilidade e maturidade.
Mudar de caminho nem sempre é fácil: haverá momentos de dúvida, frustração ou dificuldade. Mas cada passo dado em direção àquilo que verdadeiramente nos realiza contribui para uma vida mais preenchida, alegre e significativa.

O que gostaria de conquistar nos próximos anos enquanto profissional de saúde, e que mensagem ou legado gostaria de deixar sobre a força da mulher e da resiliência na sociedade?
Nos próximos anos, enquanto profissional de saúde, gostaria de aprofundar os meus conhecimentos e competências, possivelmente fazer uma especialidade que me permita prestar um cuidado de saúde baseado no conhecimento, na excelência e na humanização. Porque pretendo continuar a crescer, não apenas tecnicamente, mas também como profissional de saúde capaz de inspirar confiança, empatia e responsabilidade nas equipas multidisciplinares. 
Além disso pretendo continuar ativamente a atuar de forma humanizada, atenciosa e dedicada. Tento inspirar os outros a atuar da mesma forma. Porque não é apenas o conhecimento técnico que são importantes numa área tão grandiosa como a enfermagem. Porque acredito que o verdadeiro impacto de um profissional de saúde vai além do cuidado imediato: está na capacidade de inspirar e transformar a forma como cuidamos uns dos outros.
Deixo aqui uma citação de Florence Nightingale que me marcou e fala sobre isso mesmo:
“Escolhi os plantões, porque sei que o escuro da noite amedronta os enfermos. Escolhi estar presente na dor porque já estive muito perto do sofrimento. Escolhi servir ao próximo porque sei que todos nós um dia precisamos de ajuda. Escolhi o branco porque quero transmitir paz. Escolhi estudar métodos de trabalho porque os livros são fonte saber. Escolhi ser Enfermeira porque amo e respeito a vida!”
Quanto à mensagem que gostaria de deixar, ela reflete a minha experiência enquanto mulher e enfermeira: a força da mulher está na sua capacidade de resiliência, coragem e entrega, mesmo diante de desafios e adversidades. Acredito que cada obstáculo ultrapassado, cada escolha feita com determinação e cada gesto de cuidado é uma forma de deixar um legado positivo na sociedade, mostrando que é possível conciliar ambição, empatia e propósito.
Desejo por isso que a minha trajetória sirva como exemplo de que seguir a própria vocação, acreditar em si mesma e perseverar diante das dificuldades não apenas transforma a vida individual, mas também inspira todos à volta.


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